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ENTREVISTA com Carlos Eduardo Menegazzo Canani

 Uma trajetória profissional curta, e que já registra grandes conquistas no cenário da educação. Entrevistamos o professor Carlos Eduardo Menegazzo Canani, o qual começou a lecionar aos 19 anos, quando ainda cursava a graduação em Letras, pela Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac, hoje formado na área, o anitense é também especialista em Línguas Modernas e Interdisciplinaridade. Atualmente aos seus 24 anos de idade é referência como educador. Prova disso são os bons resultados alcançados em concursos que participa, seja apoiando seus alunos ou por próprio mérito. O mais recente foi o Prêmio Professor Nota 10, onde Carlos ficou entre os 50 finalistas. Convidamos você leitor para conhecer mais sobre a trajetória desse anitense, que com muita garra e otimismo acredita fielmente no potencial da educação e em todo o contexto que a envolve.

 
Correio dos Lagos - Atualmente você reside em Lages, mas permanece tendo vínculos com o município de Anita Garibaldi. Qual sua relação profissional com a terra natal?
 
Carlos Eduardo Menegazzo Canani - A Escola Isidoro Silva, da Lagoa da Estiva foi o meu primeiro campo profissional, depois lecionei na E.E.B. Pe. Antonio Vieira, em seguida no polo anitense da Universidade Castelo Branco –UCB e há quase três anos passei no concurso classificatório do Estado de Santa Catarina e comecei a trabalhar também em Lages. Embora tendo passado entre os primeiros lugares e tivesse várias opções de escolha decidi por continuar na Isidoro Silva, pois aqui foi o lugar que eu comecei e gosto muito de trabalhar nesta escola. Por conta deste vínculo eu optei por continuar lecionando aqui, como professor de inglês, atualmente trabalho em Anita nas segundas e terças-feiras, e nos demais dias da semana em Lages na Escola Municipal de Educação Básica Suzana Albino França na disciplina de português, e na Uniplac atuo nos cursos de Licenciaturas.
 
Correio dos Lagos – Um dos seus diferenciais é a participação de seus alunos em concursos educacionais. O que mais o motiva a incentivá-los a participar?
 
Carlos Eduardo – O aluno tem que ter oportunidades de contato com esses projetos, ele precisa acreditar que é capaz de conquistar o que almeja. Por si só, o estudante não vai procurar um concurso de redação, por exemplo, pois o professor é o responsável em repassar esse conteúdo. Se o educador engavetar essa ideia, ela não vai chegar até os alunos. É necessário um olhar diferenciado para diagnosticar os talentos. É papel do professor acreditar no aluno e motivá-lo sobre seus potenciais, para que tenha essa percepção sobre ele mesmo.
 
Correio dos Lagos – Já nas suas primeiras tentativas os bons resultados apareceram. Como você compreende esses saldos positivos?
 
Carlos Eduardo - É uma carreira curta, e o que me deixa feliz é justamente essas conquistas que estou tendo em pouco tempo. O que me surpreende positivamente é que os bons resultados têm acontecido já nas minhas primeiras tentativas. A primeira vez que inscrevi um aluno meu, o Wellinton Arruda Moraes, nas Olimpíadas de Português, em 2012,  ele foi medalha de bronze. A primeira vez que inscrevi um aluno no quadro Soletrando em 2013, da rede Globo, o Gabriel Rosa Padilha, foi finalista e representava o estado de Santa Catarina. E a primeira que vez que me inscrevo no Prêmio Professor Nota 10 fui finalista também. São motivações para eu querer sempre buscar mais. Eu não tenho perfil de professor que está limitado a fazer o normal, o comum, eu gosto de trazer para os meus alunos coisas diferentes, que os estimulem a acreditar que são capazes de ir além.
 
Correio dos Lagos – Como foi à reação ao saber do cancelamento do quadro Soletrando?
 
Carlos Eduardo - Foram seis meses de estudo. Foi lamentável não ter acontecido o quadro Soletrando. O Gabriel estudou muito, o aprendizado dele ninguém tira, mas foi frustrante a forma como foi conduzido esse cancelamento, a produção do programa apenas nos disse que por problemas internos o quadro não aconteceria em 2013.
 
Correio dos Lagos – Você ficou classificado entre os 50 finalistas do país na edição 2014 do prêmio “Educador Nota 10” realizado pela Fundação Victor Civita/Editora Abril, este que é um concurso dedicado especialmente para o trabalho do educador. Até então, já tinha conquistado outras classificações, mas em parceria com seus alunos. Qual a experiência dessa participação?
 
Carlos Eduardo – Já era para ter me inscrito há cerca de quatro anos, mas devido a outros concursos que eu estava envolvido junto com os alunos, acabei deixando de participar. Em 2014, no início do mês de julho, fiz a minha inscrição minutos antes do encerramento do tempo. É um relatório bem detalhado, que demanda muito tempo. Fui entender como funcionava somente depois de participar, realmente. Participei para conhecer como funcionava o Prêmio, sem ter qualquer perspectiva de ser classificado. Para minha surpresa depois de três dias do envio do relatório, a selecionadora dos trabalhos me ligou, elogiando o trabalho e pedindo envio de mais materiais. Fiz o que me foi solicitado, porém conforme o decorrer do processo de seleção era necessário encaminhar mais materiais sobre o trabalho, e como era período de férias não tinha contato com os alunos, acabei impossibilitado de atender a demanda de material exigido. Mesmo assim, quando saiu o resultado mostrando que fiquei classificado como um dos finalistas, entre aproximadamente 3500 inscritos, foi uma maravilhosa surpresa.
 
Correio dos Lagos – Qual foi o seu trabalho inscrito no prêmio? E qual a didática deste conteúdo?
 
Carlos Eduardo – Ao começar a lecionar na turma do 6° ano, em 2013, da Escola Suzana Albino França, percebi que os alunos tinham a produção textual muito precária, com textos associados ao imaginário, foi então que desenvolvi uma sequência didática personalizada. Após esse diagnóstico coloquei em prática a “Sequência didática de recriação textual”, que levou cerca de três semanas para ser aplicada em sala de aula. Nela, os alunos foram apresentados aos gêneros textuais: fábula e notícia. A partir de então eles produziram textos e criaram um mini-informativo, chamado de “Fábula Nacional”, recriando a fábula “A Cigarra e a Formiga”, em formato de notícia. Este foi um dos melhores trabalhos que eu desenvolvi até hoje. Os resultados foram excelentes. 
 
Correio dos Lagos – Tem pretensão de inscrever-se novamente no prêmio “Educador Nota 10”?
 
Carlos Eduardo – Com toda a certeza. Agora eu sei o que o Prêmio busca, como funciona o processo. Vou batalhar ainda mais para conseguir ter bons resultados.
 
Correio dos Lagos - O que mais o motiva a ser professor, mesmo diante dos problemas enfrentados pela educação brasileira?
 
Carlos Eduardo – É preciso acreditar na educação, que nos bancos escolares da escola pública há uma infinidade de talentos que precisam do olhar atento do professor para serem descobertos. O professor tem que trabalhar motivado, embora as questões externas não motivem, é necessário buscar no aluno que está ao seu lado todos os dias essa motivação. Eu sou um apaixonado pelo que faço, por ver nos olhos dos meus estudantes a vontade de aprender e saber que sou fundamental para ajudar a alcançar as suas conquistas. É uma alegria inexplicável ver um aluno se sentir orgulhoso e satisfeito por eu ser o seu professor.
 
Correio dos Lagos – Qual a mensagem que você passa para o seus colegas de profissão?
 
Carlos Eduardo - É importante mostrar que é possível. O professor precisa ser um facilitador do conhecimento, aliando as novas ferramentas disponíveis para o enriquecimento na forma de ensinar, que atraia os alunos, que se interessem. Estar participando de concursos mostra que a escola pública tem qualidade tanto ou maior que instituições particulares.
 
Correio dos Lagos – Quais são seus planos para o futuro?
 
Carlos Eduardo - Pretendo retomar o mestrado em Literatura na UFSC e continuar trabalhando com entusiasmo e otimismo na capacidade que a educação tem. Já tive outras propostas de emprego, inclusive em outras áreas, mas minha missão e vocação é ser educador. Sinto-me realizado na minha profissão, teria sido o maior erro da minha vida se tivesse feito outra escolha, que não fosse ser professor. Sou imensamente feliz no que eu faço e tento passar na sala de aula essa satisfação.
 
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