AFRICANIDADES
O dia 13 de maio para a população afrodescendente é sinônimo de tristeza e vergonha.
NO dia 13 de maio para a população afrodescendente é sinônimo de tristeza e vergonha.Trazer à memória a "lembrança da escravidão" não é algo que se pretenda comemorar. A extinção da escravidão pela Lei Áurea, não significou uma mudança definitiva na vida da populaçao negra. Grande parte dos negros, nesta época já gozava de liberdade, através de seus próprios meios e esforços (compra de alforria, fugas e revoltas) e a "extinção da escravidão" antes de atender as necessidades e reivendicações da população negra, tinha outras intensões. Em primeiro lugar, a pressão internacional que ansiava pela mudança das condições econômicas vigentes na época buscando um mercado consumidor, em face a Revolução Industrial, forçava o país libertar os cativos, pois o Brasil foi uma da primeiras nações americanas a instituir e o último a abolir a escravidão. Em segundo lugar, a assinatura da lei Áurea, visava evitar uma mudança política, pois as autoridades monárquicas tentavam com a abolição enfraquecer o movimento republicano. Mas, já não havia como manter a escravidão no Brasil. Inúmeras revoltas populares se somavam as rebeliões de escravos e assassinatos de fazendeiros. O Brasil estava marcado por rebeliões e imerso numa profunda crise econômica. O 13 de maio é sempre mostrado como um ato de bondade da princesa que assinou a lei e nunca a luta dos negros, a luta histórica de Zumbi, Luiz Gama, José do Patrocínio, André Rebouças, Cruz e Souza, entre outros. A luta abolicionista juntou negros, brancos, mestiços liderados por ex-escravos. Enquanto nas fazendas, os escravos se rebelavam e fugiam, trabalhadores das ferrovias e operários gráficos escondiam negros fugidos e imprimiam panfletos antirracistas. Completa-se 122 anos da assinatura da Lei Áurea, lei que aboliu a escravidão mas não seu legado, pois 300 anos de opressão não se eliminam com uma lei. Os "escravos livres" foram abandonados a própria sorte. Coube a eles converter sua emancipação em realidade. Se a lei lhes garantiu "status" jurídico de homens livres, ela não lhes fornecia os meios para tornar sua liberdade efetiva. A dívida do Brasil, para com esse povo africano que se abrasileirou e formou o país é imensurável. É importante trazer a tona a verdadeira história do povo negro e reconhecer a luta de centenas de milhares de brasileiros que em muitos casos deram suas vidas pelo ideal e pelo direito à liberdade. Axé. Jandi.
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