Caro leitor, como de costume deveríamos aqui conversar sobre algum direito específico de mulheres, mas desta vez peço licença para conversarmos sobre o direito mais sagrado e importante de todos: a VIDA!

O "Setembro Amarelo" nasceu em nosso país, no ano de 2015, por iniciativa do CVV (Centro de Valorização da Vida) em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) foi-se instituído o mês de setembro para realização da Campanha de Conscientização sobre a prevenção do suicídio, com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

Uma vez que o Brasil, vai na contramão mundial, pois segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) as taxas de suicídio em 2016 foram 7% maiores do que a anterior realizada em 2010, pois em índices globais houve redução de 9,8%. E ainda, segundo a OPAS (Organização Pan Americana de Saúde), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Bem como, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, as mulheres representaram quase 70% (153.745) do total de tentativas de suicídio por intoxicações exógenas no período de 2007 a 2016. Desses, os medicamentos foram utilizados em 74,6% das tentativas entre as mulheres e 52,2% entre os homens. As intoxicações exógenas resultam em 4,7% de óbitos em homens e 1,7% nas mulheres.

De posse dessas informações, te convido a refletir. Quantas vezes nos outros 11 meses do ano você para pensar sobre aqueles que cogitam suicidar-se? Quantas vezes você preocupa-se com aquela amiga que tem depressão? E o mais importante, quantas vezes na sua vida você parou para ouvir o seu próprio coração? Permitiu-se descansar? Permitiu-se sentir? Quantas vezes você viu o desânimo tomar conta, a vida perder a graça e você simplesmente continuou a repetir comportamentos. Sem emoção, sem vontade, sem amor pela vida?

Lembre-se: você tem todo o direito do mundo de cansar, de parar e descansar. Todos vivemos momentos de desânimo, mas sentir que a vida perdeu o brilho e que nada mais faz sentido, é sinal de que sua saúde mental não anda bem.

Especialmente você mulher, largue os pesos que não são seus, as culpas que a sociedade te dá, a maternidade compulsória, os padrões, a rivalidade feminina.

Não tenha vergonha, não tenha medo, não se deixe para depois! Procure ajuda, seja psicológica, médica, psiquiátrica e se você pensa que chegou no seu limite e não faz mais sentido continuar, procure o CVV - Centro de Valorização da Vida, onde receberá apoio emocional, será atendida(o) por voluntárias(os) gratuitamente, sob total sigilo, por telefone (basta ligar para 188), e-mail e chat 24 horas todos os dias.