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Ser caminhoneiro sempre foi seu sonho

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Desde pequeno ele preferia as carretas em vez de carrinhos, brincar com as tampas de panelas da avó, como se estivesse dirigindo um caminhão era a sua brincadeira favorita e quando completou a maioridade a carta de motorista não foi da categoria B, pois seu plano já era ser caminhoneiro e aos 21 anos de idade começou a fazer as primeiras viagens.
Nessa quinta - feira (30), comemora-se o Dia do Caminhoneiro, e nesta edição iremos contar um pouco da história de cinco anos da profissão de caminhoneiro do jovem Ricardo Menegazzo Varela, mais conhecido por Jipão, que é morador de Anita Garibaldi e filho único de Antônio Ademar Varela e Sônia de Fátima Menegazzo Varela.
Hoje com 26 anos de idade, Jipão relembra que não teve influência familiar para seguir a profissão, apenas um tio era caminhoneiro e tinha amigos que já estavam na estrada há algum tempo, o que aguçava ainda mais a curiosidade dele de pegar a "Boléia de um caminhão".
As primeiras viagens foram realizadas com o amigo Leandro Zerma e em roteiros e cidades menores como Joaçaba, mas não demorou muito para o jovem caminhoneiro pegar a estrada e seguir rumo ao Mato Grosso e Rondônia, seus principais destinos. As longas primeiras viagens ele transportava madeira trazida do Mato Grosso e atualmente trabalha com carregamento de containers.
Perguntado sobre os principais problemas enfrentados, ele lembra que a saudade da família e ficar muito tempo longe de casa é uma dificuldade que precisa ser trabalhada, pois já chegou a ficar 48 dias sem voltar para casa, mas que com o tempo vai se acostumando.
Os assaltos a caminhoneiros são frequentes e Jipão lembra que nunca foi assaltado, mas que é necessário conhecer os lugares onde parar, principalmente à noite para dormir, ele busca escolher locais com segurança.
Com as novas leis de carga horária e horários específicos para caminhões transitarem, ele diz não serem fiscalizadas e que a grande maioria não as segue, por serem necessários salários fixos e a grande parte dos caminhoneiros trabalharem por comissões. Outro quesito são os pontos de parada, onde muitas vezes roda-se quatro horas para pode chegar a um posto de combustível, sendo que a proposta do governo seria implantar locais com segurança para que os caminhoneiros pudesse parar e descansar, coisa que não acontece, segundo ele.
Outro problema enfrentado por Jipão aconteceu há pouco mais de um mês, quando a saúde se agravou e ele teve Pancreatite Aguda, causada possivelmente pela má alimentação. Esse é um dos reflexos negativos da vida de caminhoneiro, não ter locais adequados para se alimentar e muitas vezes permanecer longos períodos sem comer algo e sem horários certos. Hoje ele encontra-se em recuperação e agradece por estar em casa quando tudo aconteceu, pois devido a renovação da carteira de motorista e a obrigatoriedade da realização do teste toxicológico, ele estava em Anita Garibaldi quando precisou ser levado às pressas para a cidade de Lages, onde permaneceu por 10 dias internado. Hoje, sua alimentação é regrada sem consumo de frituras e bebidas.
Quem está no trecho passa por diversas situações, porém ele pode se considerar um jovem de sorte, pois apenas uma única vez se envolveu em acidente, onde o motorista do outro veículo estava embriagado e foi o culpado pelo acidente. Tirando este incidente, nestes cinco anos sempre dirigindo com cautela e cuidado nunca teve grandes surpresas, mas comenta que as péssimas condições das estradas é um agravante para a causa de acidentes. Mesmo em trechos terceirizados e com pedágios, em determinados locais a cautela e o cuidado prevalece.
Os principais destinos de Jipão, são Mato Grosso e Rondônia chegando até o Porto de Itapoá, considerado o melhor porto do Brasil e em Navegantes. A tecnologia hoje é uma grande aliada, sendo que o seu caminhão é automático, possui rastreador e o conforto para se percorrer muitas vezes quase mil quilômetros por dia.
Apesar de estar parado há quase dois meses e o caminhão que ele dirige ter sofrido um acidente com outro motorista, Jipão diz não ver a hora de voltar para o trecho. A saudade de pegar a estrada e percorrer esse Brasil a fora já é grande, agora com mais cuidados, mas ele não pretende parar, pois segundo ele é uma vida sofrida, mas divertida, com muitos desafios, perigos, mas principalmente amizades.
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