No dia 29 de agosto comemorou-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2013 o número de fumantes acima de 18 anos reduziu de 15,7% em 2006 para 11,3% da população brasileira no ano de 2013.
Abandonar o vício do cigarro não é uma tarefa fácil. Com a criação da lei que proíbe fumar em locais fechados e públicos, os pulmões de muitas pessoas passaram a agradecer, e talvez isso tenha contribuído para que o número de fumantes no país tenha reduzido.
Fumar um ou dois cigarros ou uma ou duas, três carteiras para quem tem o costume pra não dizer o vício, faz uma grande diferença. Muitas vezes as consequências de saúde levam a se tomar atitudes drásticas e largar o costume de fumar para se preservar a vida. Exemplo do que estamos falando pode ser acompanhado pela história do ex-fumante, que por mais de 35 anos teve o cigarro como seu fiel companheiro. João Carlos da Silva, 53 anos, pode se dizer que é um ex-fumante, mas foi preciso adoecer, sentir fortes dores para então tomar a decisão de parar com o cigarro.
"O cigarro é um amor antigo, mas não fui eu que larguei, ele que me largou". Com essa frase iniciamos a conversa com seu João, que fumou pela primeira vez na adolescência e desde então só parou há dez anos, quando a saúde começou a lhe faltar. Tinha período que João chegou a fumar de 3 a 4 carteiras de cigarro por dia. "Nessa época eu trabalhava em uma estufa, numa madeireira, e trabalhava a noite, então o que me restava era fumar pra ajudar a passar o tempo. O chimarrão eu já tinha abandonado, pois comecei a ter problemas no estômago e acreditava ser do chimarrão as fortes dores que sentia, nunca imaginei que poderia ser do cigarro", comentou João Carlos, que lembra de um fato que hoje ele acredita ter influenciado em sua vida para parar de fumar. "Meu filho João Vitor sempre foi o que mais me cobrava para parar de fumar. Um dia ele me deu uma fitinha de Nossa Senhora Aparecida e disseram pra ele fazer um pedido, ele devia ter uns cinco anos de idade, mas eu nunca soube o que ele havia pedido, coloquei no braço, sem muita importância", comentou.
Segundo seu João, com o passar do tempo as dores de estômago foram ficando cada vez mais insuportáveis. "Eu não imaginava ou não queria acreditar que o meu problema era causado pelo cigarro, fiquei um longo período sentindo fortes dores, acendia um cigarro, colocava na boca e tinha que sair vomitar, pois não aguentava a azia e a dor, até que chegou um momento que eu percebi que não tinha mais o que fazer, era eu acender um cigarro colocar na boca e ter que sair correndo", lembra o ex-fumante, que se recorda exatamente o dia em que parou de fumar. "Foi no dia 18 de maio de 2004 quando decidi que a partir daquele dia não iria mais fumar e simplesmente parei, sem tratamento nenhum. Os amigos fumavam perto de mim até falavam que eu iria voltar, mas desde aquele dia nunca mais coloquei um cigarro na boca", recorda.
Para ele que não acredita muito em religião, um fator que até hoje ele se pergunta, é se o pedido do filho influenciou para que parasse de fumar. "Depois de um tempo eu soube que o pedido da fitinha que meu filho tinha feito era pra que eu parasse de fumar. Se isso influenciou não sei, o importante é que parei, não sinto vontade e não censuro quem fuma."
Hoje ele tem certeza que seu problema era do cigarro. "Vivia tomando remédios e só resolveu a partir do momento que eu parei de fumar, desde então nunca mais fumei e não tenho vontade, talvez se eu experimentar pode acontecer uma recaída e é um risco que eu não quero correr."
Ele brinca que nunca se viu sem um cigarro, até nas fotos quando tirava nos tempo de fumante, o cigarro era o primeiro que tinha que aparecer e hoje ele se pergunta se voltasse a fumar, após os dez anos que parou, se as dores de estômago voltariam. "Se eu voltasse a fumar seria uma burrice", brinca João Carlos.
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