O programa Estrada Boa Rural é bem interessante. Entretanto, também é um desafio aos prefeitos. Ocorre que, no lançamento em Joaçaba com a presença de mais de 200 prefeitos, o governador Jorginho anunciou: O Estado banca 50% do custo das obras e paga os juros daquilo que as prefeituras financiarem. Essas podem acessar financiamentos pelo BRDE e Badesc, para bancar os outros 50%.
Isso significa que cada prefeitura poderá asfaltar ligações às localidades rurais, pagando a metade. Um trecho estaria previsto para este ano e outro em 2026 em cada município. Mas constam dos critérios que o asfalto beneficie pelo menos duas propriedades a cada quilômetro, que a obra parta de rodovias asfaltadas e chegue em cooperativas ou escolas.
Quer dizer que de Celso Ramos a Capão Alto, passando por Anita, Cerro Negro e Campo Belo, os prefeitos teriam que asfaltar trechos partindo da SC-390 em direção às localidades. “O projeto é bom, desde que o município tenha dinheiro para pagar. Eu saí de lá (Joaçaba) animado e, ao mesmo tempo, preocupado. Porque é claro que pavimentar dois trechos no interior é importante. Mas a preocupação é com o pagamento da contrapartida”. É o que aponta o prefeito Henrique Menegazzo.

OITO E MAIS OITO – O prefeito de Anita estudou detalhes do programa, apontando que o município se enquadraria na chamada Faixa II. “Seriam R$ 8 milhões que o governo do Estado disponibilizaria e teríamos que viabilizar outros R$ 8 milhões. Na nossa região seria via BRDE e não Badesc”. Henrique Menegazzo lembra que há um ano de carência para começar a pagar e o pagamento ocorre em quatro parcelas. Os juros são custeados pelo Estado.

QUAIS LOCALIDADES? – “A gente está estudando ainda e vendo as possibilidades”, observa Henrique Menegazzo. Para Anita Garibaldi, com a previsão de custo de R$ 1 milhão por Km, seria possível estender o asfalto em 16 km no interior. “Temos já algumas estradas na cabeça, mas nem dá para anunciar porque, de repente, não se viabiliza. Até porque tem todas as regras para aderir e precisamos pensar no pagamento. Veja que estamos com tantas dívidas para resolver e daí fazer mais é algo que precisa ser pensado com calma”.

CERRO NEGRO – O prefeito Adelar Morais (Lai) elogiou o programa Estrada Boa Rural e, na mesma linha do prefeito de Anita, observou também a necessidade da contrapartida. “Vamos analisar, mas pretendemos aderir. Nem que façamos apenas uns 10 a 12 quilômetros”. O prefeito Lai, a título de exemplo, aponta a ideia de asfaltar a ligação, a partir da área urbana de Cerro Negro em direção à localidade do Tanque.

CAPÃO ALTO – Até por causa dessa realidade que exige aporte das prefeituras como contrapartida ao Estrada Boa Rural, a prefeita Sadiana Mello (PSD), disse-nos que a equipe está analisando os detalhes do programa. “Precisamos ver a capacidade de endividamento da prefeitura, para dar esse passo em relação à contrapartida exigida no programa”, apontou cautelosa a prefeita de Capão Alto.

ALÍVIO AO TEBA – Um peso nos ombros do tamanho do mundo deixa de rondar a vida do ex-prefeito Teba de Cerro Negro. Sentença da Vara Única da Comarca de Campo Belo do Sul, a partir daquilo previsto na legislação, deu fim a uma Ação Penal que tinha ele como um dos réus. A Juíza Camila Reis Rettore, interpretando o Código Penal e o advento da prescrição, viu nessa previsão legal a motivação para extinguir a punibilidade pretendida pelo Ministério Público.

HISTÓRICO – A ação que respondia o ex-prefeito Teba motivou inclusive, no passado, uma tentativa de suicídio do mesmo devido a situação que se viu enfrentando. Por um bom tempo, Teba se manteve recolhido das lidas da política, superando um diagnóstico de depressão. A situação enfrentada por Teba (não se está aqui lhe atribuindo culpa ou inocência porque nem o Judiciário fez isso), serve de alerta para o reforço das cautelas com as questões públicas. Inclusive porque o ex-prefeito é testemunha da máxima de que “a pior das condenações é estar sendo processado”.

SEGUNDO TURNO – A disputa entre os deputados Fabiano da Luz e Luciane Carminatti acabou levando a decisão de quem comandará o PT em Santa Catarina para o segundo turno. Ele obteve 3.040 votos, sendo o mais votado, mas Carminatti somou 2.794 votos que lhe garantiu o direito de retornar às urnas com Fabiano no dia 20 de julho para se definir quem dos dois presidirá o partido. Nas leituras internas há quem veja favoritismo da deputada por causa dos votos do também deputado Padre Pedro, cujos apoiadores não acenariam aderir ao projeto de Fabiano da Luz. Para os petistas, de tudo isso, o mais importante é que a sigla não saia dividida no pós-PED.

OPERAÇÃO PRESENÇA – Deputado Lucas Neves (Podemos) bateu ponto em Anita Garibaldi nos festejos de final de semana. Esteve na cidade a convite do prefeito Henrique naquela estratégia de ser visto. Ele foi o mais votado na eleição de 2022 a Estadual, somando 1.150 votos e, com apoio do prefeito atual, mira ampliar essa votação. Considerando o valor de R$ 1 milhão em emendas impositivas acenado ao município, Lucas Neves se coloca como o parlamentar que mais tem ajudado Anita. Por enquanto...

ASFALTO ATÉ ABDON – Virou o semestre e Juarez Matos mantém a meta de fechar o ano com o projeto para asfaltamento da SC-452 (Anita a Abdon) revisado e atualizado. Nesta semana ele participou de mais uma reunião com o secretário Jerry Comper (Infraestrutura) discutindo o tecnicismo do projeto. A ideia é deixar tudo pronto até final do ano quando o governador Jorginho poderá autorizar a licitação da obra. “É tudo meio amarrado e burocrático, mas estamos percorrendo todo o caminho técnico para essa atualização do projeto”, aponta Juarez Matos.

ANITA A ABDON – Já abordamos os atrasos no asfaltamento entre Abdon e Vargem também por causa de indenizações de áreas lindeiras à rodovia. E temos o exemplo do apoio dos proprietários de terras que margeiam a SC-390 (Anita a Celso Ramos). Todos assinaram um documento renunciando indenização pela utilização de um pedacinho ou outro de chão, quando da passagem do asfalto. Porque, para eles, o mais importante era ter o asfalto passando perto das propriedades, valorizando o imóvel, inclusive. A obra foi rápida e os donos de terras devem ser lembrados pelo gesto. Torçamos que essa disposição também ocorra quando da obra de Anita a Abdon. Assim, tudo ocorre mais rápido e até o governo se entusiasma e acelera as providências. Até porque, é melhor ceder uma nesga de terra e ter asfalto passando na frente da propriedade que crescer os olhos e contribuir para retardar uma obra tão importante.