A instalação de usinas hidrelétricas na bacia do rio Uruguai, mais precisamente nos rios Pelotas e Canoas, tem se revelado uma importante alavanca para o desenvolvimento socioeconômico dos municípios localizados às suas margens. Estudo realizado recentemente registra que, somente em 2011, os municípios catarinenses de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Capão Alto e Lages, e mais as cidades gaúchas de Pinhal da Serra, Esmeralda, Vacaria e Bom Jesus receberam um total de R$ 13.544.150,00, proveniente da Compensação Financeira por Uso de Recursos Hídricos (CFURH) das usinas hidrelétricas Barra Grande, Campos Novos, Machadinho, Itá e Foz do Chapecó.

Como esses nove municípios compõem a área de abrangência da Usina Barra Grande, a maior parte do montante, R$ 7.268.734,00, foi repassada por esta hidrelétrica. O valor restante, R$ 6.275.416,00, foi destinado pelos demais empreendimentos. Um aspecto interessante é que algumas cidades, apenas por estarem próximas a usinas hidrelétricas, recebem recursos oriundos da CFURH, mesmo que não façam parte da área de abrangência. Exemplo disso é o município de Cerro Negro. Embora tenha suas terras parcialmente ocupadas somente pelo reservatório da Usina Barra Grande, a cidade recebeu, em 2011, um total de R$ 332.719,00 proveniente das hidrelétricas Campos Novos, Machadinho, Ita e Foz do Chapecó, o que prova a importância da construção desses empreendimentos não apenas para os municípios-sede da usina, mas também para toda a região.

Já o município de Anita Garibaldi é privilegiado. Suas terras foram parcialmente ocupadas pelos reservatórios das usinas Barra Grande, Campos Novos e Machadinho. Por conta disso, a chamada Cidade dos Lagos recebeu, em 2011, um montante de R$ 5.354.938,00, o que representa um valor médio de aproximadamente R$ 450 mil por mês. A boa notícia é que com a construção de mais três usinas hidrelétricas na região – Garibaldi, São Roque e Pai Querê –, o montante repassado aos municípios será ainda mais expressivo, consolidando a geração de energia como um dos mais relevantes setores da economia catarinense.