E juntos caminharemos para o começo de uma nova Vida, de dedicação, de realização, de lutas, de alegrias, de sacrifícios e tristezas também, mas, fortes mais do que nunca para construirmos juntos um novo tempo em que o homem será mais feliz. É a semente que aqui começa a germinar: A ética do cuidado revela que a pessoa é diferente de indivíduo. Na ética do cuidado as pessoas lançam uma PRO-posta, à espera de uma RES-posta (diálogo). Uma RES-posta, um diálogo cria uma RES-ponsabilidade. Na obrigação de dar RES-postas está o lugar da economia, isto é, da relação de responsabilidade, sobretudo para quem é mais necessitado/a. A resposta é coletiva e não individual.

SUJEITOS DA ECONOMIA

Os Conselhos Pastorais, em seus diversos níveis, são os sujeitos da economia. Eles estudam, planejam e procuram executar uma economia que seja pastoral.

ECONOMIA E PASTORAL PRECISAM

ANDAR JUNTAS

Segundo o entendimento do mundo a economia e a pastoral não andam juntas. Faz bem pouco tempo que estamos fazendo a experiência e a aprendizagem de RE-ligar nossas práticas pastorais com a economia através dos Conselhos Pastorais.

O desafio da religião é RE-ligar, ligar de novo aquilo que está fragmentado, rompido, quebrado na vida das pessoas, dos grupos e da economia.

Como é difícil pensar e planejar a economia e a pastoral juntas, pois é juntar novamente os cacos da separação. Isaias fala das ovelhas e dos lobos. Igualmente Jesus retoma a figura da velha e do lobo voraz. Daí, surgem as perguntas: Será que há lugar para lobos no meio das ovelhas, numa economia onde os lobos precisam de milhões de ovelhas para serem consumidas? Onde 20% da população mundial detém os 80% da produção; e 80% da população vive com apenas 20% da produção? Terá lugar para as ovelhas neste tipo de mercado?

Também aqui é preciso fazer RE-ligião. O lobo e a ovelha estão fora e dentro de cada um de nós. A economia não é um espaço só para lobos e a pastoral só para ovelhas. A RE-ligião nos propõe mudar o lobo do mercado presente também em cada um de nós.

O projeto religioso que nós cristãos acreditamos está fundamentado na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ele tem suas exigências. Por isso, o anúncio da Boa Notícia cristã para que ela se torne Boa Realidade também é denúncia. Trabalhamos na construção de atitudes e práticas do respeito às pessoas, propondo caminhos de justiça, fraternidade, solidariedade e paz segundo Jesus Cristo. Nesta construção há momentos que mostram sinais, embora frágeis já acontecendo no Reino de Deus. Onde as ovelhas e os lobos "pastam" juntos (IS 65,17-25). Há momentos também do "ainda não", onde estão presentes nossas ambigüidades estruturadas em nossa vida pessoal, social e comunitária.

Apesar do "ainda não", apesar das nossas ambigüidades, é próprio da nossa fé acreditar que, pela graça de Deus, independentemente do que fazemos por nossas forças, o Projeto de Jesus Cristo vai acontecendo na Vida e na História do povo.

Pe Lindomar.